5 de novembro de 2010 |
23h39 |
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Categoria: Comportamento, Saúde
ISIS BRUM
MARICI CAPITELLI
MARICI CAPITELLI
A violência contra a criança dentro de casa não atinge apenas os menores de baixa renda. Levantamento do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas (HC), constatou que dos 25 casos atendidos até julho cinco se deram em famílias com planos de saúde.
“Isso mostra que a violência está em todos os setores e não só no SUS, como se poderia imaginar” ressalta Eliana Cáceres dos Santos, diretora da Divisão de Serviço Social do Instituto da Criança.
Segundo Eliana, a violência infantil tem repercussão nas operadoras dos planos de saúde. “Muitas vezes são planos de empresa que precisam ser comunicados da violência e nos deparamos também com a necessidade de preservar a imagem da criança”, diz a assistente social.
O levantamento apontou um aumento de 78% nas ocorrências de violência doméstica contra as crianças em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre de 2010, de um total de 60 atendimentos, foram 25 ocorrências de violência doméstica, o que corresponde a mais de três casos por mês. No mesmo período do ano passado, foram 14 – uma média de dois casos ao mês.
Entre as crianças vítimas de violência doméstica, a maioria foi agredida pela mãe (nove), seis pelos pais e uma ocorrência foi atribuída ao casal. As outras oito agressões foram causadas por terceiros, inclusive desconhecidos.
O pediatra Antonio Carlos Alves Cardoso, do Instituto da Criança, conta que as mães alegam vários motivos para os maus-tratos. “São elas que passam mais tempo com os filhos. Muitas vezes, acabam descontando nas crianças as frustrações e brigas com o companheiro”. Mas algumas também são viciadas em álcool e drogas. “Não é incomum esse tipo de relato, inclusive de uso de crack”, diz Eliana.
Entre as vítimas de violência atendidas pela equipe multidisciplinar do Instituto da Criança, estava um garotinho que sofreu a ‘Síndrome do Bebê Sacudido’. De acordo com o Instituto, os meninos são maioria nesse tipo de ocorrência porque têm mais cólicas e choram mais.
As crianças mais novas são as principais vítimas da violência. Segundo Cardoso, os menores de 2 anos representam 75% das agressões registradas. A equipe atendeu também uma adolescente de 13 anos, após uma tentativa de suicídio. A menina sofria agressão psicológica dos pais.
Segundo a assistente social, a equipe multidisciplinar tem algumas suposições para o aumento da violência nas casas. “O que percebemos são muitos casos de gravidez na adolescência, meninas que não estão preparadas para lidar com as responsabilidades da maternidade”.
Outros fatores detectados pelos profissionais são a falta de estrutura familiar, muitas vezes causada pela gravidez precoce, e um limite de tolerância baixo na relação entre pais e filhos.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/maes-as-principais-agressoras-dos-filhos/
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