A hipertensão arterial (HA) faz parte do grupo de doenças
cardiovasculares que representam o maior percentual de causas de mortalidade por doenças como acidente vascu-
lar cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio.
Quanto aos fatores de risco conhecidos para a HA, os
mais importantes são: obesidade, fumo, ingestão de álcool,
história familiar de hipertensão, fatores psicológicos, certos
traços de personalidade e estresse, que podem ser impor-
tantes desencadeadores no desenvolvimento da hiperten-
são. Muriel et al. acrescentam, ainda, como fatores de
risco, a genética e os fatores ambientais (obesidade, inativi-
dade física e abundância no consumo de sódio).
Por causa da relevância do tema, muito se tem estuda-
do sobre o assunto, embora pouca atenção tenha sido dada
à associação dos fatores emocionais (raiva, hostilidade, impulsividade, ansiedade) com a pressão arterial.
Os estudos
iniciais sobre o assunto se deram pela abordagem da personalidade tipo A. Em 1957, Rosenman et al., cardiologistas do hospital Monte Sinai em São Francisco, Califórnia, estabele-
ceram um estilo de comportamento que chamaram de padrão de conduta tipo A, que constitui um fator de risco para
a cardiopatia isquêmica. Esse padrão de conduta, segundo
Rosenman et al., caracteriza-se por alta competitividade,
impulsividade e agressividade. Eles sugeriram que esse seria
um fator de risco independente e com potencial de predição aproximada aos fatores de risco clássicos das doenças
coronarianas como fumo, pressão arterial elevada e taxas
elevadas de colesterol. Atualmente, é sabido que o tipo A de personalidade não correspondeu às expectativas esperadas, mas foi um importante passo no estudo dessa correlação.
Atualmente, Muriel et al. propuseram um estudo que
analisa a relação da ansiedade com a personalidade tipo
A – descrita como de maior vulnerabilidade ao estresse e
à gênese da hipertensão arterial. Outros estudos apontam
como a associação entre expressão da raiva e níveis de
pressão arterial pode ser afetada por vários fatores.
De acordo com descrições neuroanatômicas, verifica-se
que as áreas encefálicas relacionadas com o comportamento emocional ocupam territórios muito amplos do telencéfalo e do diencéfalo, nos quais se encontram as estruturas que integram o sistema límbico, a área pré-frontal e o hipotálamo. Cabe ressaltar o papel dessas áreas na regulação das atividades viscerais por intermédio do sistema nervoso
autônomo (SNA).
Todas as funções e influências do SNC no corpo e na
emoção tornam-se possíveis graças à presença dos neuro-
transmissores. A serotonina é um dos neurotransmissores do SNC e os seus níveis cerebrais estão relacionados a alterações de comportamento e humor, ansiedade, agressividade, depressão, sono, fadiga, supressão de apetite etc.
Os mecanismos bioquímicos precisos pelos quais os neu-
rônios serotoninérgicos controlam essas funções ainda não estão totalmente esclarecidos.
É possível também verificar em estudos que emoções
como a ansiedade, quando bloqueadas, podem, por meio
da influência que exercem no sistema nervoso autônomo,
favorecer a crise hipertensiva em determinados pacientes
com predisposição genética. O estresse repetitivo ou uma
resposta exacerbada de estresse é um sinal da ativação
desse sistema. A atividade simpática na hipertensão está
envolvida no índice de morbidade e mortalidade cardio-
vascular.
Fonte: para saber mais e continuar lendo acesse o site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852009000200011
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